rarefeito
falta de oxigenio
é esse o efeito
pra quem prova esse veneno

rarefeito
tonturas e vertigem
é esse o efeito
pra quem inala essa fuligem

rarefeito
pensamento neutro e lento
é esse o efeito
falta de sentimento
é esse o efeito
a mentira em desalento
a verdade em constrangimento


E a mente em egoísmo
nem vontades sente mais
reage agora por instintos
na ânsia de quem procura
e nunca encontra a paz

Rarefeito
a morte em lentos passos continuos

Rarefeito
a falta do essencial

Rarefeito
o desespero que domina
a mente que em devaneios alucina
na vontade alucinógena de respirar

Inspira
Expira
se si pudesse assim pensar
seria então, única saída
para voltar a respirar

Inspira
Expira
Uma voz que vem guiar
te ensinando em passos lentos
o que quando criança aprendera a dominar

Inspira
Expira
se entregue totalmente a quem queira te salvar
talvez assim volte ao real
e reaprenda a respirar

E a realidade volte a ser
das coisas fundamentais
simplicidade extremada
cumplicidade dos casais
vida pacata e regalada
partilhada com os iguais
e também com os diferentes
que saiba se ver contente
no castelo ou no hospital
na extravagancia ou trivial

Rarefeito
a doença das alturas
Respirar
essa é a sua cura
que só podera ser sentida
Quando a pretenção do ser acabar



Fico fora
e mesmo assim
nada demora
a vir

Vem ao encontro
Sem saber porque
e depois que desmonto
encontro você

Fica tudo claro
claro demais pra ver
e tudo que era raro
pareço então saber

A distância que existe
se encurta
e em tudo que faz persiste
e a felicidade furta

Fico fora
mas nem sempre por inteiro
pelo menos, e sempre em alguma hora
sou eu o anseio

Está fora
sem cogitação
e mesmo assim gasto palavras
embora não queira o coração





Meus olhos, estranho
andam me pregando peças
Logo eles em quem tanto confiava
me fazem mais essa

Minhas pernas, estranho
me levam para outros lugares
Logo elas que eram minha firmeza
me deixam perdido entre outros milhares

Minha boca, estranho
nem diz mais o que quero
nem sente mais o teu gosto
nem recebe o que espero (teu beijo)

Minhas mãos, estranho
não sabem mais o que pegam
Logo elas que pintaram e tocaram teu rosto
nem sentem os espinhos que a tempos carregam

Meu amor, quem diria
não sei se ainda o tenho
envelheceu prematuro, em poucos longos dias
nem guarda mais os desenhos
que a vida outrora ensina
nem sabe mais se é amor
lágrima que dos olhos rumina
que se confunde com dor
que se afoga em rancor





Menina clara
dos olhos claros
menina doce
de jeito raro

Você é para mim
um mar de inexplicáveis delírios
Você é para mim
paraíso e abismo

Pois em você paira sim
um infinito sem par de doçuras
e na ânsea de te agradar
estão meus erros e loucuras

Oh menina clara
de olhos tão singelos
você para mim é tão tudo
que no universo não há paralelos

Não faças de mim seu jogo
não faças de mim seu brinquedo
pois em ti perder
reside todo meu medo

Oh menina em que deposito
um amor sem igual
sejas para mim tudo
muito mais bem do que mal