E se o passado
vem a tona?
A gente se pergunta:
O que fazer?
A gente se pergunta o porque...

A gente re-significa
e mesmo assim
não sabe se vai...
se fica...
e mais uma vez se complica

Seria mesmo necessário
esquecer...
mas no fim e enfim
ainda penso em você

Eu nunca sou tudo que sou
porque ainda uma parte
mesmo que hoje pequena
continua contigo
esse é o risco
o perigo
que ainda hoje levo comigo
e que me impede de arriscar
mesmo que seja
somente uma parte
uma parte pequena

Mas vamos em frente
pois não se sabe
se logo em frente
isso tudo possa mudar.
Vamos!
Foi sempre assim
e mesmo assim
exito em arriscar
mas vamos em frente
pois logo em frente
essa parte mude
pois mesmo pequena
acho que valha a pena
pelo menos tentar

O risco
O perigo
levarei comigo

E a despedida
essa parte (pequena)
da vida
deixo pra trás
deixo agora
(somente na memória)
deixo pra sempre
sigo em frente
pra não mais voltar










E a vida
como um decomposto
vai perdendo o gosto

E a vida
como um desencanto
se afoga e se seca em pranto

E a vida
alguém ainda se importa?
diz-se ainda vida -morta-

A vida
que não para e corre
diz ainda que é vida... e morre

A vida
que não vive, existe
e corre, não para
parece que não, mas desiste
e algo que a empurra
insiste, persiste
é a Vida que é Vida
e que quer da vida
que não vive, existe
a fazer ressurgir
da perdição vir
a Voz que é Palavra ouvir
e que tira do nada o sentido
pedra perfeita, simetricamente esculpida
que é vida.