Quando vi era tarde demais
A impossibilidade de voltar
Voltar e voltar atrás
Eu era homem
e era homem demais
Quando escutei já havia passado
A improvável possibilidade de mudar
Mudar o que eu não havia escutado
Eu era homem
e era homem demasiado
Quando senti, senti de outro jeito
O inexplicável sentimento de deja vu
Eu não sabia do meu preconceito
Eu era homem
e era sem nenhum respeito
Mas quando minha hombridade se desfez
e me tornei humano
vi o que não podia ver
minha ignorância e seu tamanho
Quando invisível e sem força para lutar
fiz-me parte da humanidade
e escutei sobre a esperança
e que ainda não era tarde
E por fim, quando me tornei escárnio
transcendi, para além da obviedade
Sentindo o que não podia sentir
além gênero, era EU de verdade
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