Atormenta minha cabeça
minha peregrinação
olhos torpes, fatigados
olhando sempre pro chão

Se olho pro céu já é noite
sem estrelas, escuridão
E quando é dia , meu pescoço cansado
revolve de volta pro chão

Quando me deito, me deito de lado
as vezes cansado, as vezes não
me viro pra um lado, me viro pro outro
acabo virado com o rosto pro chão

Ando cansado e um pouco irritado
com essa paisagem sem variação
e temo que ando andando em círculos
seguindo minhas pegadas no chão

Se volto, meus rastros estão embolados
elevando em muito minha confusão
Desisti!
Mudei de estratégia
Cavei uma cova no chão

E morri como um covarde
nessa ousada e corajosa decisão
Melhor que olhar-te, eu que sou barro
é fazer parte de ti, chão


2 Comments

Lucas Repetto disse...

Intrínseco poema. Belo, frágil e corajoso.

Jonatas Santos disse...

Obrigado pela sensibilidade meu caro Lucas.