Por vezes me resta uma dúvida
afinal, quem é meu coração?
se em migalhas o estrassalho em momentos
em outro sou a ele, pura devoção

Quem escreve agora esse poema?
será que eu sou seu pseudônimo?
somos as vezes e sempre
sinônimos

Não sei...
é uma provável esquizofrenia
as vezes sinto que o digo
coisas que ele sempre dizia

Eu e meu coração
eu e meu coração
eu? Coração!

Ele faz suas escolhas
mesmo quando eu digo não
Ele parece mesmo comigo
somos um para o outro, essa eterna negação

Por essas e outras
concluo as vezes que somos um
mas a razão me diz
não! Nenhum!

Pareço me confudir
mas relembro a contradição
assim sou eu
dizendo sim quando não

As vezes me curvo
a sua aspiração
e me convenço
que ele não é só emoção
nesses momentos
entendo melhor
o que pra mim é razão

E vou
como sempre vou
nessa luta contra toda a razão
contra meu coração
essa luta que não escolhi
que me trouxe e me afastou de ti
essa temporal-eterna luta contra mim