Já faz dias
que somente o corpo dorme
E a alma de insônia
em algum lugar se inflama

Aqui Fora os olhos brilham
e em algum lugar são só olheiras
Não sei se vaga aqui por fora
Não sei se olha rápido ou demora

Já faz tempo que não se aquieta
Ai que saudade do tempo que eras como criança
agora entre gritos e dança
faz de tudo aqui dentro lambança

E meu rosto não é mais espelho
Pois brilha e encena felicidade
Agora é máscara e maquiagem
e tudo que era importante agora é bobagem

Ai alma! Ai alma de bobagens!
Porque não se aquieta dentro em mim?
Ai alma! Ai corpo! Onde anda sua coragem?
Começa a desfalecer depois de tanta viagem - viagens -
Começa a se render à alma, jogou fora a maquiagem
esqueceu na estação a bagagem, anda tomando sereno e friagem
Agora também adoeceu, desfaleceu, quase faleceu
E na rua entre vagas vagando, tropas e atropelamentos... se encontrou!
É, entre pobres e mendigos se encontrou!
Corpo a alma se ajuntou
E por aqui numa calçada remontou o que sempre fui - quem sou